Eusébio era um coelhinho sabichão que
adorava ler. Em sua toca podiam-se adivinhar estantes repletas de livros,
prateleiras abarrotadas de literatura e de poesia. A biblioteca do coelhinho
Eusébio era de dar inveja a qualquer colecionador aristocrático, havia poesia
de Dante à Quintana, romances de Victor Hugo à Saramago. De cenoura em
cenoura, Eusébio passava seus camponeses dias a mergulhar naquelas páginas que
o levavam além.
Mas nem só de cenouras e leituras vivia
Eusébio, que adorava passear pelo bosque e sentir o cheiro das uvas madurando e
dos moranguinhos silvestres. Gostava de dar bom dia ao sol, às árvores, às
flores, aos demais animais da floresta, e gostava também de fazer novos
amiguinhos.
Foi assim que um dia o coelhinho
Eusébio aproximou-se de uma turminha de amigos que passeava pela floresta,
assustando os passarinhos de tanto que esbanjavam energia e fôlego para as
brincadeiras e para as conversas que não cessavam.
- Oi amiguinhos! Eu sou o coelhinho
Eusébio! Vamos brincar?
De pronto, as crianças fizeram amizade
com o coelhinho, quase o deixando tonto de tantas perguntas e assuntos e
conversas paralelas e gritos de felicidade e cantaroladas intercaladas de
risadas.
Depois de brincarem por horas, Eusébio
decidiu convidar os novos amigos para conhecerem sua casa e sua biblioteca. No
entanto, as crianças, a princípio, não acharam muito divertida a ideia dada
pelo coelhinho, de todos lerem um pouco depois do café da tarde. Eusébio então
sentiu aquela necessidade de incentivar e cultivar a arte da boa leitura... Abriu uma
das gavetas de sua cômoda, da qual cintilava uma luz amarelada e muito
brilhante, com fachos púrpura e celeste... Desta gaveta retirou quatro
livros e os entregou a cada uma das crianças. E disse o coelhinho Eusébio:
- Cada livro é uma janela que se abre
para um mundo encantado e desconhecido a nos convidar para conhecê-lo.
As crianças brilharam os olhinhos e
cada uma abriu uma janela para um novo mundo. A Letícia se viu como uma criança
rica nadando no dinheiro e gastando sua fortuna em roupas e joias caras para
descobrir, no fim da história, que mais vale ser rica de amigos e de aventuras.
O Felipe leu sobre um menino fã que finalmente conseguiu conhecer seu ídolo, uma
cantora que se mostrava antipática e muito chata quando não estava sendo
filmada, além de deixar claro que fazia seu trabalho apenas por dinheiro, quando
o menino descobria que nem tudo é magia no mundo da televisão e que as pessoas
mais importantes para nós são aquelas que nos amam. O Rodrigo mergulhou numa
aventura de tirar o fôlego, sobre futebol, onde o herói da história aprendeu a respeitar mais as
diferenças, inclusive em se tratando de rivalidades esportivas. E o Gabriel, o
único quietinho da turma, se deixou levar por uma comédia hilariante, na qual o
personagem principal era muito tímido e, aos poucos, aprendeu a se expressar
mais e se divertir com os amigos.
- Cada livro é uma janela que se abre
para um mundo encantado e desconhecido a nos convidar para conhecê-lo, repetiu
o coelhinho Eusébio...
(Danilo
Kuhn)
gabriel que isso?
ResponderExcluirahhhh que poesia bonita! :D
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