Aqui, nas estrelas, eu vou ficar; tão
perto da lua, tão perto do sol... Desse céu que é todinho meu: O céu da tua
boca. Teus beijos me abrem os portões do paraíso que eu tanto busco e preciso; são
meu afã, meu torpor, me levam às alturas, me abalam as estruturas, me fazem
voar.
Daqui, das estrelas, eu vou te olhar – meus
olhos são quase estrelas – e te observar e te cuidar todos os dias, te acordar,
te fazer dormir, te fazer sonhar. Eu vou bater asas e voar alto, pegar impulso,
e mergulhar de cabeça nos teus sonhos, como o céu mergulha no mar.
Eu não quero mais horizontes, essas
linhas ciumentas que tentam nos separar, que separam céu e mar.
Pra cá, pras estrelas, eu vou te trazer e
vou dá-las todas pra ti, teremos todo o céu só pra nós... Vamos brincar, correr
atrás de caudas de cometas, contar estrelas, beijar a lua, catar asteroides,
viajar a favor dos ventos solares, redesenhar as constelações... E o nosso amor
estelar fará brilhar o olhar de cada ser que ama, ao olhar o céu todo o mundo
vai saber de nós e no nosso amor se espelhar.
Somos estrelas cadentes, caindo sem
fechar os olhos no espaço lindo e profundo do Amor Maior.
(Danilo Kuhn)