segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A turma do coelhinho Eusébio



Eusébio era um coelhinho sabichão que adorava ler. Em sua toca podiam-se adivinhar estantes repletas de livros, prateleiras abarrotadas de literatura e de poesia. A biblioteca do coelhinho Eusébio era de dar inveja a qualquer colecionador aristocrático, havia poesia de Dante à Quintana, romances de Victor Hugo à Saramago. De cenoura em cenoura, Eusébio passava seus camponeses dias a mergulhar naquelas páginas que o levavam além.
Mas nem só de cenouras e leituras vivia Eusébio, que adorava passear pelo bosque e sentir o cheiro das uvas madurando e dos moranguinhos silvestres. Gostava de dar bom dia ao sol, às árvores, às flores, aos demais animais da floresta, e gostava também de fazer novos amiguinhos.
Foi assim que um dia o coelhinho Eusébio aproximou-se de uma turminha de amigos que passeava pela floresta, assustando os passarinhos de tanto que esbanjavam energia e fôlego para as brincadeiras e para as conversas que não cessavam.
-  Oi amiguinhos! Eu sou o coelhinho Eusébio! Vamos brincar?
De pronto, as crianças fizeram amizade com o coelhinho, quase o deixando tonto de tantas perguntas e assuntos e conversas paralelas e gritos de felicidade e cantaroladas intercaladas de risadas.
Depois de brincarem por horas, Eusébio decidiu convidar os novos amigos para conhecerem sua casa e sua biblioteca. No entanto, as crianças, a princípio, não acharam muito divertida a ideia dada pelo coelhinho, de todos lerem um pouco depois do café da tarde. Eusébio então sentiu aquela necessidade de incentivar e cultivar a arte da boa leitura... Abriu uma das gavetas de sua cômoda, da qual cintilava uma luz amarelada e muito brilhante, com fachos púrpura e celeste... Desta gaveta retirou quatro livros e os entregou a cada uma das crianças. E disse o coelhinho Eusébio:
- Cada livro é uma janela que se abre para um mundo encantado e desconhecido a nos convidar para conhecê-lo.
As crianças brilharam os olhinhos e cada uma abriu uma janela para um novo mundo. A Letícia se viu como uma criança rica nadando no dinheiro e gastando sua fortuna em roupas e joias caras para descobrir, no fim da história, que mais vale ser rica de amigos e de aventuras. O Felipe leu sobre um menino fã que finalmente conseguiu conhecer seu ídolo, uma cantora que se mostrava antipática e muito chata quando não estava sendo filmada, além de deixar claro que fazia seu trabalho apenas por dinheiro, quando o menino descobria que nem tudo é magia no mundo da televisão e que as pessoas mais importantes para nós são aquelas que nos amam. O Rodrigo mergulhou numa aventura de tirar o fôlego, sobre futebol, onde o herói da história aprendeu a respeitar mais as diferenças, inclusive em se tratando de rivalidades esportivas. E o Gabriel, o único quietinho da turma, se deixou levar por uma comédia hilariante, na qual o personagem principal era muito tímido e, aos poucos, aprendeu a se expressar mais e se divertir com os amigos.
- Cada livro é uma janela que se abre para um mundo encantado e desconhecido a nos convidar para conhecê-lo, repetiu o coelhinho Eusébio...


(Danilo Kuhn)





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