Dormir é deixar de viver, é morrer por vontade
própria, é praticamente suicídio, cerrar os olhos, fechar as cortinas, cruzar
os braços, abster-se, acovardar-se, entregar-se.
Enquanto a vida segue lá fora, você se vira na cama
para dormir a manhã de domingo. Enquanto o mundo gira, você se deixa inerte
para sestear a tarde ensolarada. Enquanto a luta continua, você se rende à
letargia vespertina. Enquanto as estrelas cadentes dançam e a lua acena, você
se esconde debaixo das cobertas.
A insônia é um presente, embala ideias, rabisca
planos, traça metas, rascunha a vida. Insones sonham acordados. Insones acordam
madrugadas, despertam noites, alumbram breus.
O sono adormece grandes feitos, evita amores, retarda
a produção, encerra trabalhos inacabados, posterga realizações, atrasa,
interrompe, paralisa. Quem dorme abandona o mundo, deixa-se à própria sorte, à
deriva.
Durma apenas o necessário, nunca tanto quanto você
gostaria. Abra os olhos para a vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário