segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Dez motivos para leres esta crônica


Ao leres esta crônica, a poesia em forma de véus de nuvens esparsos ao vento acenará lá do alto que o céu é o limite para teus sonhos, basta deixar-se elevar e expandir. Para vislumbrar o horizonte é necessário abrir as cortinas...
A música que emana das palavras soará aos teus ouvidos como a beleza que cativa o coração e liberta a alma das mazelas do superficial. Para cantar a vida é preciso ouvir as entrelinhas...
O encanto inerente à arte invadirá as horas moribundas de trabalho e cansaço para revitalizar energias anestesiadas e o já opaco brilho no olhar. Para ver o mundo sem vendas há de se olhar para dentro de si mesmo...
O próprio tempo dar-te-á uma trégua e deixar-te-á um pouco a sós contigo mesmo, ante o espelho da autorreflexão, onde mesmo um segundo vale uma eternidade. Compreender aos outros pressupõe compreender-se antes...
Este texto até então mudo, afônico, ganhará voz e diante os teus olhos vai falar sobre si e sobre ti, num diálogo transcendente que apenas quem lê conhece. O texto não pertence ao autor, é de cada um dos leitores...
Teu coração enobrecer-se-á ao emprestares atenção às minhas palavras, e as mesmas terão um motivo para terem sido escritas: pertencerem a ti. Ofertar-te-ão seu breve sopro de vida, sutil impulso rumo a teus anseios no sussurro de uma frase que se necessita ouvir...
Meu coração baterá em paz ao saber-te leitor. Perdido na biblioteca do esquecimento o texto não lido, o livro jamais aberto... Um escritor escreve para si mesmo, mas ele mesmo é seus leitores...
Se o alimento do corpo é o que se come e se bebe e se respira, o da alma é o que se lê e se ouve e se vê e se sente. A poesia da arte e da vida é o pão do espírito. Não há corpo de pé se a alma convalesce...
Por que não ler palavras inspiradas e pensadas e escritas para ti? Por vezes damos atenção a quem não retribui e não percebemos quem atenta em nós. Olhar para o lado é a chave para enxergar o que merece ou não estar lá dentro do coração...
Por fim, vou contar-te um segredo. Nada existe sem o outro. Nem som sem silêncio, nem luz sem sombra, nem dia sem noite, nem eu sem você, nem texto sem leitor. Portanto, para que eu exista, por favor, lê esta crônica...

(Danilo Kuhn)




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