Desta vez, concebi minha crônica sem final; uma crônica afônica, cansada de falar, já sem voz; calada perante os olhos desviantes; atônita frente ao espelho.
Minha crônica consente sua inexistência, assume o anonimato, faz-se desistir. Suas letras brancas sobre o fundo branco, página virada antes mesmo de ser lida.
Acometida por doença crônica, minha crônica definha sem ter nascido.
Àqueles que não a leram, resume-se a nada. Àqueles que a leram, não passa de ilusão.
Minha crônica-miragem morre de sede no oásis. Minha crônica-sonho desperta em amnésia.
Seu discurso mudo não mudou o mundo. Suas linhas tortas são ilegíveis. Seu verso não conversa. Seu verbo não tem verba. Seu corpo é inócuo, continente sem conteúdo. Sua música: um minuto de silêncio.
Ela não diz nada porque já disse tudo.
Ficamos simplesmente, sem palavras!...
ResponderExcluirM A R A VI L H O S O !!!
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