O som das ondas tem uma constância
imperfeita em comparação com o tique-taque do relógio, talvez por isso o tempo
lá é mais maleável, mais fluído. No escritório, os segundos são implacáveis
como a rotina. Na praia, o tempo se dilata, se alonga na costa, se apazigua na
enseada.
O movimento das ondas é assimétrico,
mas perfeito. Nenhuma outra coisa é capaz de mover-se em bagunça tão bela e
ordenada. Nas ruas, o movimento em mão única revela-se, por sua vez, feio e
caótico. O homem se perde pelos caminhos que ele mesmo construiu, na desordem
que ele mesmo ordenou. As ondas, alheias, sabem de cor seu caminho e sempre
chegam à margem, belamente.
O brilho do sol também é impreciso e
maravilhoso em seu pontilhar luzidio no lombo das ondas. Nem a joia mais cara
saberia ser bela com a falta do cálculo, com a mão do acaso, com o sopro do
improviso.
A vida é isto. Uma praia. Inconstante,
imperfeita, assimétrica, imprecisa e imprevisível, porém, bela. Se não fosse o
bicho-homem...
lindo... admiro teu pai como amigo e artista , agora lendo tua cronica lembrei que filho de peixe , peixinho é. Te admiro tbm como artista ...parabéns Danilo !!!!!! abraço Nani
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